New Distribution Capability (NDC), é um novo padrão de linguagem que veio para dinamizar a forma como agentes de viagens fecham pacotes para seus clientes. Entenda como esse novo passo tecnológico vai impactar o mundo das viagens corporativas — e o seu bolso!
O NDC vem sendo implantado, ultimamente, em companhias aéreas, e integrado com as principais operadoras de turismo do mundo. Ainda assim, é um passo tecnológico que não é novo; apenas ganhou destaque nos últimos meses quando entrou em pauta nas notícias recentes de duas grandes companhias áreas brasileiras.
E, claro, já vem afetando a forma como se reservam passagens aéreas no Brasil. Neste conteúdo, você saberá os principais pontos sobre o assunto:
- O que é NDC;
- Os 4 pontos-chaves sobre ele;
- Como este novo padrão afeta os operadores de viagem e seus clientes;
- E como o mercado brasileiro tem avançado (e reagido) sobre esse assunto.
Boa leitura!
Afinal, o que é NDC?
“NDC é um padrão”. Assim resume a professora de um dos primeiros módulos de formação da International Air Transport Association (IATA) sobre o tema. Foi ela quem desenvolveu esse novo padrão de linguagem com uma função bem específica. “Um padrão para comunicação de dados entre companhias aéreas e agentes de viagem”, ela esclarece.
New Distribution Capability, que pode ser traduzida como uma “Nova Capacidade de Distribuição” para o português, nada mais é que um padrão de linguagem na transmissão de informações. Em outras palavras, é a proposta de unificar todas as transmissões de informações relacionadas à reserva e venda de passagens em um único “idioma”.
Quais são os pilares do NDC?
Conforme explica a própria IATA, o novo padrão de comunicação se sustenta em quatro pilares:
- Um conjunto de padrões técnicos baseados em XML;
- Capacidade para as companhias aéreas de atender diretamente as demandas dos agentes de viagem;
- Um meio para gerenciar o processo de reservas e compras de passagens;
- E permitir uma comparação real de preços.
Entre os grandes diferenciais do novo padrão, está a facilidade de uso da linguagem XML (que já é o padrão corriqueiro em diversas operações empresariais) e a possibilidade da companhia aérea oferecer inúmeros recursos que antes não podia.
Entre estes recursos que o NDC permite, estão desde a contratação de serviços extras (como prioridade no embarque e assentos espaçosos) diretamente pelo canal, até a possibilidade da companhia aérea poder usar suas próprias mídias – como imagens e vídeos – de cada produto oferecido.
Como o mercado tem se comportando quanto ao NDC
Apesar da simplificação que a IATA fornece sobre o conceito de NDC, a implantação do padrão vem sendo menos prática. O primeiro conjunto de padrões do NDC foi lançado em setembro de 2015 e 66 empresas adquiriram certificação no padrão desde então.
Os dados são da própria associação, que também pontua que cada empresa está adotando níveis diferentes de certificação e uso do NDC. Enquanto algumas companhias já fornecem uma grande variedade de ancillaries – opções de pagamento de taxas para recursos ou serviços extras em relação ao voo como despacho de bagagens, assentos especiais e assentos exclusivos, por exemplo — outras fazem uso tímido do potencial que o NDC permite.
Trata-se de um período razoavelmente grande para mudanças aquém da expectativa. Mas há boas notícias: os anos pós-pandemia têm sido cruciais na adoção do NDC pelo mundo, inclusive no Brasil.
O assunto ganhou destaque nas notícias de importantes editoriais sobre turismo no Brasil por conta da ousada adoção do NDC pela Latam. Apesar de não ser a única companhia aérea operando por aqui a adotar o novo padrão — Copa Airlines e Iberia já o adotaram através de parceria com terceiros — é a primeira nacional certificada.
Na contramão, a GOL já anunciou que não há previsão para essa adoção e ainda reflete se o adotará. Em um evento de setembro em Campinas, a Gerente Comercial Corporativo e MICE da empresa, Ana Paula Zuppi, deixou claro que “a GOL ainda não entrou no NDC porque ele não tem maturidade para fazer a entrega que precisamos para o cliente final. E enquanto ele não conseguir entregar o que o nosso sistema precisa, não vamos entrar”.
É importante lembrar que as companhias aéreas viveram por décadas dependentes de um padrão de comunicação bem limitado, obrigando-as a desenvolver sistemas de apoio que demandaram investimento e estão enraizados nos processos do dia a dia. Mudar envolve ainda mais investimento.
Como as agências de viagem tem lidado com as mudanças
Há muitos benefícios a longo prazo para os operadores que estão implantando sistemas integrados com NDC para seu atendimento, como a possibilidade de personalizar as reservas de seus clientes com muito mais flexibilidade e velocidade.
Mas, como toda tecnologia nova, a adoção do NDC tem pontos negativos para as agências de turismo. Entre eles, os custos de implantação.
Apesar de as passagens adquiridas pelos canais GDSs tradicionais chegarem a ser até 7 vezes mais caras — em função do próprio custo das aéreas em mantê-los — o uso de NDC requer adaptação dos sistemas das agências tanto com um novo padrão, quanto com a forma de cada companhia aérea adotá-lo.
Como exemplo, a Latam fornece conexão direta via API. Já a Iberia e a Copa Airlines fornecem o acesso via NDC apenas através de terceiros que intermediam a comunicação. Mesmo no caso de uma comunicação direta, a agência precisa de programadores para essa adaptação e treinamento aos agentes.
E as agências lutam contra o tempo. A cada ano que se segue fica mais claro que a dúvida não é mais sobre a possível hegemonia do NDC, mas quando e suas consequências. A Latam, por exemplo, não deixou de permitir a compra dos bilhetes via GDS (o padrão mais usado no Brasil atualmente), mas cobra US$12 dos agentes de viagem que adquirem por esse canal.
A questão tem preocupado as agências mais defasadas ao ponto que, no Chile, virou questão de justiça — o órgão competente do estado chileno vem realizando um inquérito antitruste contra a Latam que já dura mais de três anos.
E as viagens corporativas, como ficam, com a questão do NDC?
A tendência é uma queda cada vez maior nos preços das passagens aéreas. Mas não a curtíssimo prazo, dependendo dos parceiros com qual sua empresa trabalha.
Isso se dá diante dos investimentos necessários para a adaptação ao NDC por parte das companhias aéreas, das agências de turismo e das Travel Management Companies (TMCs) que tem papel fundamental no fornecimento de acesso via NDC a custos reduzidos.
Quando o NDC se tornar mais comum nas transações de compra e reserva de passagens, companhias poderão oferecer bilhetes muito mais em conta – usando preços dinâmicos atualizados em tempo real, como quando você pede um carro por aplicativo – e facilitando muito a compra de serviços extras para garantir uma viagem mais ao gosto de cada freguês.
Além disso, as TMCs que estão na dianteira da tecnologia acabam por integrar melhor a velocidade na compra de passagens personalizadas com as ferramentas de reservas de hotéis, passeios e serviços de mobilidade.
Tal possibilidade aumenta mais o potencial da economia para as empresas durante o planejamento de viagens corporativas.
Por isso, nossa recomendação é que você escolha com cuidado os parceiros que cuidarão das viagens corporativas de sua empresa. Tecnologia de ponta é garantia de eficiência e redução de custos neste novo contexto global do mercado de viagens.
A Voetur Turismo
Somos uma Travel Management Company (TMC) que está entre as 10 maiores empresas de turismo no Brasil. São décadas de expertise com ênfase na gestão orientada à melhor custo-benefício, compliance e controle completo de cada etapa na jornada do viajante.
Representantes exclusivos do AllStars Travel Group no Brasil, também somos pioneiros na adoção de novas tecnologias e oferecemos um modelo de atendimento flexível – nosso Voe Tech – garantindo uma abordagem para gestão de viagens que é mais eficiente e econômica.
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